Francisco Alberto Augusto Carlos Emanuel, ou Alberto de Saxe-Coburgo-Gota foi o príncipe consorte da rainha Vitória por 21 anos até sua morte, em 14 de dezembro de 1861, aos 42 anos de idade, vitimado por uma febre tifoide. Era um monarca muito querido pelo povo e a rainha Vitória nunca se recuperou totalmente da sua morte prematura. Usou preto pela vida toda e foi apelidada pelos súditos da época de “a viúva de Windsor”.
Devido ao seu prestígio, levantou-se a hipótese de erguer um memorial em nome de Albert. Dentre as possibilidades, foram levantadas a de uma universidade com seu nome ou de um programa de bolsas estudantis internacionais. No entanto, a rainha Vitória quis uma homenagem mais presente, um “memorial no sentido comum do termo”. Depois de passar por dois comitês no período de dois anos, os projetos dos arquitetos Philip Charles Hardwick e George Gilbert Scott ganharam o trabalho, no ano de 1861, ao custo equivalente de 10 milhões de libras atuais.
No todo, o Memorial ao Príncipe Albert tem 54 metros de altura e levou dez anos para ser construído. Antes de uma restauração feita nos anos 90, o monumento estava escurecido pelo tempo, com suas estátuas esverdeadas e mostrava um príncipe pintado de preto, provavelmente para não virar um alvo fácil para os bombardeiros da guerra. Depois dos esforços de restauração, todas as estátuas ganharam folhas de ouro e o monumento agora está mais claro e limpo, e pode ser apreciado em toda a sua glória.
O monumento é gradeado nos seus quatro pontos por uma cerca dourada, muito bem ornamentada, que leva, por meio de uma escadaria de pedra, até o monumento em si.
Em cada canto do monumento, na altura do chão, há esculturas alegóricas dos quatro continentes. Cada continente representado por uma figura e um animal.
Grupo escultórico representando a Ásia, com um elefante.
Grupo escultórico representando a África, com um camelo.
Grupo escultórico representando a America, com um touro.
Grupo escultórico representando a Europa, com a figura de Britannia montada em uma vaca, França segurando uma espada, Alemanha segurando um livro e a Itália acordando, como se de um sonho.
Ao se subir as escadas, o visitante se depara com a base do monumento, o Friso de Parnassus, contendo 169 representações em alto-relevo em mármore branco dos maiores artistas, compositores, escultores, pintores, escritores, arquitetos e cientistas.
Os quatro lados do Friso de Parnassus.
Em cima do Friso de Parnassus, encontramos nos quatro cantos grupos escultóricos representando agricultura, engenharia e comércio e manufaturas.
As manufaturas.
A Engenharia.
O Comércio.
A Agricultura.
Quatro pilares principais suportam o pavilhão gótico onde a estátua do príncipe Albert está sentado. No teto, um céu azul com estrelas douradas fazem um quadro para a Rosa da casa dos Tudor, que fica no centro.
Nos quatro pilares, as musas de química, geologia, astronomia e geografia. As da retórica, filosofia, medicina e fisiologia.
Nos quatro lados do enorme dossel se podem encontrar mosaicos italianos de quatro grandes artes. As pedras usadas nos mosaicos e nos seus ornamentos são ônix, ágata, jaspe, cornalina, cristal, mármore e granito.
A Escultura, ladeada por Fídias e Michelangelo.
A Poesia, Ladeada pelo rei Davi e o poeta Homero.
A Arquitetura, Ladeada por Salomão e Ictinos.
A Pintura, ladeada por Apeles e Rafael.
Mais ao topo, podemos encontrar oito estátuas representando oito virtudes cristãs: Fé, Esperança, Caridade, Humildade, Força, Prudência, Justiça e Temperança.
Já no topo, quatro anjos cantam, olhando para o céu. A magnífica obra termina com uma cruz dourada.
A rainha Vitória também ganhou um memorial, mas nem de longe se compara a opulência e robustez do de seu marido, nem na riqueza de detalhes, mas não é menos desprovido de simbolismo. Sem dúvida é um belo ato de amor, mesmo que póstumo, daquela que viria a se tornar a maior e mais longeva monarca da Inglaterra Imperial, emprestando seu nome pra toda uma era de conquistas e vitórias. O Albert Memorial está localizado em Kensignton, em Londres.
